Inovações com propósito, governança ambiental, social e corporativa, desenvolvimento rural sustentável, combate e mitigação às mudanças climáticas, cadeias produtivas inseridas na socioeconomia circular: o ano de 2022 no IABS foi de participação ativa para dialogar e agir com propósito sustentável no Instituto e nos projetos em que ele atua. Também rodamos várias cidades do país, com participação em eventos e debates, falando sobre a sustentabilidade com(o) propósito e sobre a lógica de atuação que nos guia desde 2003.
Durante o ano, também foi tempo de compartilhar conhecimento, planejar e colocar em prática toda essa vivência e trocas tão ricas. Novos ciclos começaram e outros se encerraram: foram dadas boas-vindas ao Projeto Rural Sustentável – Amazônia e ao novo Termo de Compromisso de Compensação Espeleológica (TCCE III), enquanto outros projetos finalizaram, como Pesca de Valor, Carcinicultura no Sertão, Eletromobilidade, Mobilidade Urbana e Girando Ideias.
Pensando nessa trajetória, esta retrospectiva de 2022 traz alguns dos principais lançamentos, eventos e marcos tanto nos projetos em que o Instituto atua quanto dentro do próprio IABS.
INSTITUCIONAL
A partir de um olhar para dentro do Instituto e qual futuro se quer construir, é feito o planejamento estratégico do IABS, as ações de integração entre as equipes, a recepção de novos colaboradores e, principalmente, o refinamento do processo de monitorar e gerenciar, além dos projetos, também as questões internas no IABS, criando um processo colaborativo e periódico de revisitar as estruturas institucionais. E tudo isso se expressou na aquisição da nossa sede em Brasília-DF: um acúmulo de conquistas nesses quase 20 anos de existência do IABS.
Entre os principais lançamentos de 2022 está o Programa de Compliance do IABS, também chamado de Programa de Integridade. Intimamente ligado ao ODS 16 na busca por instituições sólidas, transparentes e responsáveis, a ação representa um conjunto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes.
Outro ponto importante foi a publicação artigo na renomada revista Diecisiete, sobre as estratégias do IABS para lidar com a pandemia no espaço de trabalho. O artigo “O novo normal: desafios e experiências inovadoras na gestão institucional do trabalho IABS em tempos de COVID-19”, de autoria do IABS, apresentou os resultados das experiências, reflexões e decisões que fazem parte de um projeto participativo interno, que se propôs a dar respostas ágeis e adequadas à rotina de trabalho durante a pandemia de Covid-19.
NORDESTE
Com um potencial riquíssimo, os projetos criados ou executados pelo IABS no Nordeste trazem formas de criar impacto real na vida de quem participa deles – e as ações são feitas sempre de forma colaborativa. Em 2022, foram colhidos os legados de projetos já finalizados, como Maceió Mais Inclusiva e Camarão do Sertão, enquanto outras iniciativas vigentes continuam de vento em popa – o Centro Xingó, o Canal da Cidadania e as ações com as comunidades costeiras e ribeirinhas são provas disso.
Um legado fortíssimo do projeto Maceió Mais Inclusiva Através da Economia Circular é o Cobogó Mundaú, que faz parte do Ecossistema de Inovação Social da Lagoa Mundaú: um conjunto de inovações provenientes da socioeconomia circular. O Ecossistema foi reconhecido e premiado pela Fundação BB de Tecnologia Social – 2021, na categoria Meio Ambiente e Renda. Já a peça do cobogó ganhou o considerado oscar do design sustentável: o prêmio iF Design Awards 2022, na categoria Produto. Ele traz em sua essência uma história de sustentabilidade ambiental e impacto socioeconômico.
O Ecossistema também ganhou palco na COP 27: a apresentação do case Ecossistema de Inovação Social na Lagoa Mundaú ocorreu a convite da Fundação BB. O presidente do Conselho Deliberativo do IABS, Eric Sawyer, apresentou a iniciativa que atua diretamente com a geração de oportunidades para pescadores e marisqueiras da região a partir da socioeconomia circular.
Outro legado é a inovação no cultivo do sururu e o potencial que essa prática sus tentável tem de gerar trabalho e renda para os beneficiários e as beneficiárias que atuam na cadeia produtiva do sururu no Vergel (AL). Foram reuniões, oficinas e um diálogo aberto com as comunidades costeiras e ribeirinhas, para integrar cadeias produtivas nessa mesma lógica da socioeconomia.
Ainda como uma herança dos projetos, este ano vieram também frutos do Camarão no Sertão – ou melhor, novos camarões marinhos criados em água doce mineralizada, direto das Unidades Demonstrativas (UDs) do cultivo experimental. O estimado era de 215kg/mês de camarão em Cabrobó e 259kg/mês em Petrolândia, ou seja, um potencial de mais de 6 toneladas/ano em cada UD, gerando mais renda no sertão.
E por falar em sertão…
No Centro Xingó, uma cogestão em parceria com a Seagri-AL, foram diversas ações a partir do que se aprende e constrói para conviver em harmonia com o Semiárido usando tecnologias sociais. A Trilha Ecológica do Xingó foi inaugurada, houve o 5º módulo do Programa Germinar, o Xingó recebeu visitas escolares para encorajar a juventude, a Casa do Mel ganhou suas primeiras abelhas e tem mais – tivemos o tão esperado 9º Seminário e Curso Internacional de Convivência com o Semiárido, um encontro que após tanto tempo, voltou a ser presencial no Centro. Participaram mais de 240 pessoas, 24 palestrantes e 1.300 conectados(as) debatendo e aprendendo sobre temas de importância mundial, como o fortalecimento do papel de mulheres, jovens e do conhecimento tradicional para superar os desafios globais.
Já no Canal da Cidadania, o ano foi dedicado a conhecer a realidade na prática e criar um diagnóstico em conjunto dos potenciais das propriedades de cada uma das 52 famílias beneficiadas por essa iniciativa. O intuito é planejar melhorias na produtividade e, assim, aumentar a renda das famílias de forma sustentável.
O Projeto Canal da Cidadania é uma iniciativa viabilizada por meio de emenda parlamentar indicada pelo mandato do Senador Rodrigo Cunha, recursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e executada pelo IABS.
INTERNACIONALIZAÇÃO
A participação do IABS em diálogos internacionais como ator na construção de um futuro sustentável também global ganhou dois destaques em 2022: a visita do IABS à Espanha a convite da parceira Universidad Politécnica de Madrid (UPM) e a participação na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27.
Mais um ano de parceria com a UPM gerou ainda mais frutos para o debate coletivo de problemas complexos de sustentabilidade, estudando soluções colaborativas e inclusivas. Durante a visita dos diretores e diretoras do Instituto à Espanha, o IABS participou do “II Diálogos para El Día Después”, compartilhando as principais técnicas de colaboração para o desenvolvimento sustentável e de soluções para promover inovação em diferentes contextos sociais. Ainda, no encontro Diálogos (Im)prováveis, a instituição falou um pouco mais sobre as ações de socioeconomia circular implementadas pelo IABS e parceiros, estruturadas durante a implantação do projeto Maceió mais Inclusiva, entre 2017 e 2021, no município de Maceió (AL).
Já na 27ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, a COP 27, o IABS foi até Sharm el Sheikh, no Egito, com o Diretor de Internacionalização, Alejandro Muñoz. Como organização designada como Observadora na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), o IABS participou de debates e eventos, além de articular iniciativas voltadas para a implementação de ações sustentáveis.
DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
A COP 27 também foi palco de outro marco na retrospectiva de 2022: o lançamento do Projeto Rural Sustentável – Amazônia. Lançado no Hub do Consórcio da Amazônia Legal, até 2025 o PRS – Amazônia tem como meta investir R$ 50 milhões de reais voltados para o fortalecimento de seis cadeias produtivas nos estados do Amazonas, Pará e Rondônia, e no manejo sustentável de 6.000 hectares de terra – com meta de beneficiar 1.500 pequenos(as) produtores(as) e extrativistas capacitados(as) e/ou sensibilizados(as), 15 organizações socioprodutivas fortalecidas e 600 famílias.
Enquanto isso, também é dado outro passo no Brasil em direção à produção rural sustentável e, consequentemente, na mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEEs). O IABS, executor do PRS – Cerrado, assinou uma parceria com a Suzano, a maior produtora global de celulose de eucalipto e uma das principais frentes no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. A partir desse convênio, as instituições visam aumentar ainda mais as ações com os componentes florestais e em prol da sustentabilidade no campo.
DIFUSÃO DE CONHECIMENTO
Este ano também foi marcado por publicações online gratuitas, participações em debates, seminários internacionais, cursos, visitas, convênios com Universidades e diversas formas de democratizar e compartilhar conhecimento, todos no rol temático do tripé da sustentabilidade, de incentivo ao diálogo social que valoriza a igualdade de gênero, de defesa e respeito ao patrimônio natural e cultural e de alternativas econômicas e socioambientais.
Lançamentos da Editora IABS trazem diferentes artigos nacionais e internacionais sobre sustentabilidade, como a Revista quadrimestral Sustainability in Debate (SiD) e o lançamento do livro A Região Cárstica de PAINS – um material que destaca o cenário espeleológico nacional pela especificidade da paisagem e é uma homenagem a Luís Beethoven Piló, renomado cientista da área.
Já na participação em rodas de conversa, outro momento destaque foi falar sobre boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) nos pequenos negócios. No papo Digoreste, o diretor-presidente Tadeu Assad falou, junto a outros(as) especialistas, sobre novas economias e como aplicamos a sustentabilidade nos negócios e instituições. O IABS também trocou saberes na 8ª Semana de Inovação e falou mais sobre compliance no terceiro setor.
MAIS UM ANO DE TRABALHO
Ao longo de 19 anos, esse foi mais um ano de muito trabalho colaborativo e também muitos frutos de toda essa dedicação. É assim a despedida de 2022 e já fica a expectativa para 2023: continuar com projetos e ações para criar um impacto positivo real e garantir os benefícios das mudanças sustentáveis para as gerações do presente e do futuro.