O diretor-presidente do IABS, Luís Tadeu Assad, representou o Instituto no encontro “Segurança Alimentar Nutricional e Sistemas Agroalimentares: Agroecologia para uma Transição Verde”, no evento Diálogos Compartilhados – Reflexões da cooperação para o diálogo inter-regional. A ação, organizada pela Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo (AECID), foi realizada nos últimos dias 7 e 8 de junho, na Guatemala.
Durante o evento, a AECID abordou a necessidade de um compromisso entre países para garantir segurança alimentar e nutricional, além dos sistemas agroalimentares. Entre as ações previstas estão: erradicar a fome e promover uma agricultura sustentável, resiliente e adaptada ao clima.
Na ocasião, Assad explicou que o Brasil ainda necessita de avanços com relação ao tema, principalmente no que diz respeito a práticas produtivas, que ainda não são muito sustentáveis. “No Brasil, 70% da emissão de gases é pela agricultura e pela pecuária. Estamos falando de um país que tem um problema grave de práticas produtivas, que ainda não são sustentáveis”, ressaltou.
Por outro lado, Assad apontou que, apesar de haver um longo caminho a percorrer, o Brasil já possui algumas boas práticas de agricultura, como, por exemplo, a de integração produtiva. “Um exemplo importante é o plano ABC. Esse plano se relaciona com a emissão de gases e com a agricultura de baixa emissão de carbono. É uma política de 10 anos, que tem resistido até mesmo às mudanças de governo, e tem investimentos muito altos que chegam a R$ 1 bi”, explicou.
O plano ABC, segundo Assad, patrocina a agricultura sustentável, inclusive com incentivos. “Se houver uma agricultura com baixa emissão de carbono, é oferecida uma taxa de juros mais baixa. Este é um plano muito forte. Está havendo, ainda, um esforço junto ao Governo para realocar a verba e aumentar os investimentos nesse tipo de agricultura”, disse.
PRS-Cerrado
Durante o evento, Assad abordou temas como socioeconomia circular, atuações com o Programa Cisterna, trabalhos no Entreposto do Sururu, além de apresentar os projetos de baixa emissão de carbono, como o Programa Rural Sustentável.
“Hoje, no Brasil, temos uma vulnerabilidade às mudanças climáticas. Temos uma grande dimensão territorial que engloba sete biomas muito distintos, por isso, temos que ter políticas, programas e ações distintas”, explicou Assad.
O diretor-presidente do IABS disse que o Cerrado é a região onde fica o maior ponto de produção agropecuária do país. “É um bioma muito produtivo, que tem verdadeiros desertos em sua paisagem. Por isso, temos o PRS-Cerrado para promover a integração e a sustentação produtivas no que diz respeito à emissão de carbono nesta região. Nele, são incentivadas práticas agrícolas por meio de ações, que envolvem escolas, produtores, entre outros agentes envolvidos”, salientou.
Eventos de cooperação
Assim como o Diálogos Compartilhados, a AECID deve realizar vários espaços de reflexão com o objetivo de oferecer soluções para desafios globais.