Diretamente da Seafood Expo North America, em Boston (EUA), no domingo (12) a costela de tambaqui da Netuno USA foi campeã da categoria Melhor Produto para Food Service 2023, competindo com outros 83 produtos em uma das maiores exposições de frutos do mar e produtos de aquicultura da América do Norte.
“Quando pensamos no produto, partimos de um costume muito forte norte-americano de assistir aos jogos comendo costelinha, por exemplo, e vimos essa tradição como uma oportunidade para inserir um produto amazônico com tanto potencial quanto o tambaqui”, conta André Brugger, representante da empresa Netuno USA e coordenador do Núcleo de Aquicultura e Pesca Sustentáveis do IABS. “Estamos falando do maior mercado de pescados do mundo, importando mais de 90% do que consome, movimentando cerca de 250 bilhões de doláres”, Brugger complementa.
Produzida em Rondônia, em uma fazenda certificada em Boas Práticas em Aquicultura (BAP), a costelinha de tambaqui traz uma potência dos produtos amazônicos que seguem rigorosamente critérios de sustentabilidade. “Qualquer atividade na Amazônia tem de estar atenta a todo seu impacto e medidas mitigatórias, para que tenham o menor [impacto] possível. Por isso é tão importante a certificação – e a BAP garante que todas as etapas envolvidas na cadeia produtiva são sustentáveis, de ponta a ponta”.
Assim, o prêmio incentiva não somente a adoção e certificação de práticas sustentáveis, mas também aponta um possível caminho para que esses produtos possam ganhar mais espaço em novos mercados. Com isso, também gera mais renda para quem o produz.
A costela de tambaqui é uma inovação da Netuno USA e um aprendizado que pode refletir na atuação dos núcleos de inserção socioprodutiva e de aquicultura e pesca sustentáveis do IABS: tornou-se um caminho mapeado para se entrar em novos mercados.
Lição para o Projeto Rural Sustentável – Amazônia
Peixes como o tambaqui também fazem parte de uma das cadeias produtivas apoiadas pelo PRS – Amazônia em Rondônia: a de peixes redondos. O Projeto se propõe a fortalecer a cadeia como um todo, desde o manejo à comercialização, e a desenvolver dois novos mercados de produtos sustentáveis amazônicos.
O prêmio mostra uma forma de expandir o potencial da aquicultura sustentável amazônica, entendendo as tradições de um mercado potencial, com o objetivo de ganhar mais espaço de comercialização. “O reconhecimento também é um incentivo para produções sustentáveis e para incentivar que quem produz tenha a garantia das certificações. Além disso, pode ser um estímulo para conseguir facilidade de financiamento e acesso ao crédito, por exemplo”, avalia Felipe Ramos, coordenador de Cadeia e Mercado do PRS – Amazônia.