Na última quarta-feira (30), o projeto Ostras e Comunidades realizou a entrega de três barcos com motores para os beneficiários da iniciativa, nos municípios de Coruripe, Roteiro e na vila Palatéia, em Barra de São Miguel. Apoiando a produção de 30 ostreicultoras e ostreicultores nas comunidades, os encontros dão continuidade à etapa de disponibilização de equipamentos pelo projeto.
“Essa etapa de doação de equipamentos, como mesas, Equipamento de Proteção Individual (EPIs), kits de cultivo, barcos e motores, está ligada a uma das metas estruturantes do projeto: viabilizar, facilitar e fortalecer o cultivo de ostras nas três comunidades onde atuamos”, explica Roberta Roxilene, Diretora Regional – Nordeste no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).
A rota de entregas começou em Barreiras de Coruripe, junto às ostreicultoras beneficiárias, participantes da Associação dos Ostreicultores de Barreiras de Coruripe (AOBARCO). Em sequência, a equipe seguiu para a Vila Palatéia, no município Barra de São Miguel, onde se reuniram os representantes da Associação Paraíso das Ostras (ligada aos produtores da vila) e da Colônia de Pesca Z-24 (representando os beneficiários de Roteiro).
Maria Sebastiana da Conceição é ostreicultora em Palatéia e tem boas expectativas para o futuro do cultivo de ostras local, especialmente após o apoio do projeto. “Nós somos beneficiados com as ostras e eu tenho certeza que, daqui para frente, as coisas vão ser melhores, com maior renda”, conta a produtora. “Agora, estamos recebendo os barcos para trabalhar. Eu já tenho meu barco, mas tem muitas pessoas que não têm e isso chegou em uma boa hora”, complementa.
Para José Matias de Araújo, também ostreicultor de Palatéia, o projeto Ostras e Comunidades vem mostrando formas de facilitar o cultivo. A doação dos materiais e das sementes de ostras, para ele, representam uma forma de produzir sustentavelmente, conciliando a ostreicultura com o cuidado com os mangues.
A primeira etapa de povoamento das ostras aconteceu ao final de março deste ano: foram inseridas 237 mil sementes de ostras nos berçários de cultivos recém-instalados pelo projeto nas três comunidades. Isaías Cardoso da Silva, representante da associação em Roteiro, fica otimista ao acompanhar o crescimento das ostras. “Pelo que estou vendo com o bom desenvolvimento das sementes, isso vai ser uma coisa muito boa para a associação em Roteiro”, observa o produtor.
As ações do projeto mobilizam a transformação na qualidade de vida da população local. Para Cauê Castro, Superintendente Regional de Pesca e Aquicultura em Alagoas, fomentar o cultivo de ostras significa aumentar as ferramentas de transformação social e econômica. “É possibilitar mais dignidade, dar possibilidades de subsistência. Estamos falando de uma transformação econômica, essas pessoas terão mais ferramentas para que elas possam desenvolver suas atividades e ganhar ainda mais dinheiro”, analisa o superintendente.
Sobre o Ostras e Comunidades
Iniciado em 2023, o projeto Ostras e Comunidades tem como objetivo fortalecer as comunidades produtoras de ostras no litoral sul alagoano e ampliar a comercialização do produto, gerando renda e trabalho de forma sustentável.
Fruto de uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) e o Ministério da Pesca e Aquicultura, o projeto está em fase de conclusão de suas atividades. Estão sendo finalizadas a etapa de entrega de materiais, do povoamento dos berçários de ostras, do monitoramento dos cultivos e da assistência técnica. Antes do encerramento, estão previstas conversas com as comunidades e estudos de parcerias e negócios nos territórios, a fim de facilitar o processo de comercialização das ostras cultivadas.