COP30: das terras às águas, IABS reforça compromisso com sustentabilidade em diferentes setores produtivos

No maior evento de discussão climática do mundo, Instituto levou socioeconomia circular, agricultura de baixa emissão de carbono e aquicultura sustentável para o centro do debate

Duas semanas para pensar conjuntamente em ações voltadas à mitigação das mudanças climáticas. Do dia 10 ao dia 20 de novembro, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) participou da Conferência do Clima (COP) 2025 com o objetivo de trocar experiências em iniciativas e projetos focados em desenvolvimento rural, socioeconomia circular, negócios sociais, aquicultura e pesca responsável. As participações aconteceram em múltiplos espaços, entre eles Blue Zone, Green Zone, Tech Zone e  Agrizone. Confira os destaques a seguir por eixo de atuação! 

 

Desenvolvimento Rural e Mudanças Climáticas

Amazônia na Escola – Pará Oeste, na Green Zone e Blue Zone 

Já imaginou um projeto que busca inserir merenda escolar mais saudável enquanto valoriza produtores e a sociobiodiversidade amazônica? Na Blue Zone e Green Zone,  foi apresentado o novo projeto Amazônia na Escola com execução do IABS no oeste do Pará. O objetivo é integrar a alimentação escolar e a agricultura familiar de base sustentável com foco em promover segurança alimentar, educação, geração de renda aliada a conservação da floresta em pé.

A iniciativa é uma forma de pensar no mercado institucional como uma possibilidade para escoar a produção, valorizar os produtores e fortalecer a nutrição nas escolas. Muito em breve, o projeto vai atuar em 6 municípios, 22 escolas e com 12 organizações, beneficiando cerca de 760 famílias, desde a produção – com assistência técnica – até a conscientização da alimentação saudável nas escolas. 

“Nossa expectativa com esse projeto é garantir que nossas comunidades estejam vendendo seus produtos a um preço justo, de modo a apoiar suas famílias e filhos que estudam nas escolas beneficiárias do Projeto. Então, é conseguir fechar essa cadeia e trazer benefícios econômicos, sociais e ambientais”, conta Tiago Simon, coordenador de projetos.   

Durante os dois momentos nas Green e Blue Zone, representantes do IABS apresentaram as frentes de atuação do novo projeto, entre elas: conectar as organizações socioprodutivas aos mercados consumidores (a merenda escolar sendo um deles); apoiar as famílias agricultoras e garantir soberania alimentar;  conectar municípios à produção de alimentos frescos e produzidos localmente; além de  fortalecer a economia local e valorizar os produtos da sociobio do estado. 

Na Green Zone, o encontro reuniu a rede de parceiros que compõem o arranjo institucional e contou com a assinatura simbólica do projeto. Estiveram presentes na mesa e fazem parte do arranjo: Conexsus (Planos de Negócio das Organizações); Projeto Saúde e Alegria (PSA) – ATER no Tapajós (lidera ATER em  Santarém e Belterra); Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP) – ATER na Transamazônica (vai liderar ATER em alguns territórios, como Altamira, Medicilândia, Anapu e São Félix do Xingu).

Com o Renasem, o Semeando e Plantando o Futuro está regularizado junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), podendo comercializar mudas para todo o país. O registro identifica o espaço nas categorias de produtor, beneficiador e armazenador de mudas, reembalador e armazenador e comerciante de mudas e sementes. Esse novo passo é muito importante para a valorização do trabalho realizado pela comunidade, assim como para a validação do comprometimento e da qualidade do serviço prestado. 

Liderança na comunidade e coordenadora do Viveiro Semeando e Plantando o Futuro, Graciane Silva contextualiza que o negócio comunitário é uma iniciativa que conecta alternativas de renda e cuidado com o meio ambiente. “Hoje é uma satisfação muito grande para nós termos esse viveiro como uma fonte de renda e também como uma escola de aprendizados. Aprendemos como trabalhar o meio ambiente, como produzir sementes e como produzir novas mudas para grandes empresas estarem reflorestando ou até mesmo nós, também, estarmos reflorestando áreas na nossa terra”, explica a coordenadora.

Programa Rural Sustentável 

Com mais de 13 anos atuando nos principais biomas do país, o Programa Rural Sustentável marcou presença em diversos momentos da COP 30, como o maior acordo de Cooperação Técnica da América Latina. Junto a parceiros do setor público, privado e internacional, um dos grandes destaques foi na Agrizone: um painel dedicado a falar sobre as lições aprendidas e os resultados nos biomas da Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica – desses biomas, três deles foram executados pelo IABS. Hoje, o Instituto é responsável pela execução do PRS-Amazônia e do PRS- Cerrado.

Na Agrizone, Maja Schilling, especialista em economia na divisão de Meio Ambiente, Desenvolvimento Rural e Gestão de Riscos de Desastres no BID, destacou um dos maiores aprendizados até agora. “Para nós, do Banco Internacional de Desenvolvimento (BID), [trabalhar com o Programa Rural Sustentável] foi um processo de aprendizagem para entender o que funciona em distintos contextos e como podemos apoiar à adoção e fortalecimento dessas tecnologias de baixo carbono.  Essa combinação de conhecimento, assistência associativismo é importante,  mas os elementos devem se ajustar às necessidade de cada comunidade e de cada bioma”,  ela destaca.  

O painel contou com a participação de representantes do Brasil e do Reino Unido, reforçando a importância da cooperação internacional, das políticas públicas e do financiamento para ações coordenadas que unam produção, conservação e a valorização da sociobiodiversidade nos biomas. As principais metas do Programa envolvem a mitigação de 35 milhões de toneladas de emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE), 140 mil hectares de desmatamento evitado, 300 mil hectares de terra sob manejo sustentável, o aumento na renda de produtores e produtoras e mais 30 mil pessoas capacitadas — desde ações escolares até o mestrado profissional.

Já em outros momentos da COP 30, o PRS promoveu rodas de conversa sobre cadeias sustentáveis e manejo do solo com produtores e estudantes mobilizados pela Fundação Viver e Produzir (FVPP). O Programa, também por meio do PRS-Amazônia, destacou a união entre tecnologia, educação ambiental e saberes locais para formar uma geração mais consciente, no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (Tech Zone).  Enquanto isso, na Agrizone, o PRS-Amazônia lançou a versão online do curso presencial sobre mudanças climáticas, já disponível a todas as pessoas interessadas em: https://ead.prsamazonia.org.br/.

A participação continuou na Casa Futura, discutindo como ampliar o acesso à educação ambiental. Para isso, foram apresentadas duas importantes ações que acontecem dentro dos Projetos Rural Sustentável – Amazônia e Cerrado:   o Mestrado Profissional em parceria com a Universidade de Lavras (UFLA), no Cerrado, e a parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), que acontece na Amazônia. Também foram destacados o curso EaD introdutório e Avançado sobre mudanças além dos cursos EaD produzidos com o Canal Futura.

A produção sustentável e a valorização da sociobiodiversidade como solução climática continuou sendo tema central durante os principais momentos da passagem do Programa na COP 30. Na Blue Zone, por exemplo, o PRS – Amazônia lançou a publicação “Destravando mercados sustentáveis: a experiência do Projeto Rural Sustentável – Amazônia com o fortalecimento de cadeias da sociobiodiversidade amazônica para o acesso a mercado”, que sistematiza desafios e oportunidades para inserir produtos da floresta no mercado e garantir renda a produtores e produtoras do bioma. 

A teoria ganhou vida com o lançamento do chocolate Bem-te-vi na Agrizone: resultado da conexão entre duas famílias produtoras apoiadas pelo PRS – Amazônia que une o café de Rondônia e o chocolate do Pará para acessar mais mercados e  garantir renda por meio da produção sustentável.

Também houve um momento de conexão entre produtos da sociobiodiversidade e potenciais consumidores. O café Mata do Lobo, produto de uma das unidades demonstrativas do PRS – Cerrado, pôde ser degustado no Pavilhão do Reino Unido, direto da Blue Zone.

Quando o assunto é sonhos para o Semeando e Plantando o Futuro, o desejo é expandir: que a atuação do viveiro se fortaleça, que seja autossuficiente e que as pessoas da comunidade que o constroem consigam se capacitar para melhorar as estratégias do negócio. “O sonho que eu tenho é que o viveiro consiga se sustentar. Que venhamos a conseguir mais vendas e trabalhar de forma mais unida para que o viveiro cresça. Porque a gente vê a empolgação dos moradores para trabalhar aqui e conseguir uma renda fixa”, finaliza Graciane Silva.

A conquista do assentamento P.A. União Boa Vista é fruto do compromisso, organização e engajamento da própria comunidade com o projeto. Carolina Sales, coordenadora operacional do Corredor, contextualiza que essa realização conecta-se diretamente com outro componente de atuação: o fortalecimento institucional das organizações socioprodutivas beneficiárias. 

“A inscrição do Semeando e Plantando o Futuro só foi possível porque a Associação Comunitária de Lavradores Boa Vista de Itinga do Maranhão estava regularizada — resultado do acompanhamento técnico e organizacional do projeto, que auxiliou no processo de organização e adequação documental necessária para o registro, e do envolvimento da comunidade”, esclarece.

Eixo de atuação do IABS: Socioeconomia Circular e Negócios Sociais

Socioeconomia circular: rompendo com a lógica de extrair, consumir e descartar

Durante a COP30, a iniciativa Sururu: Conchas que Transformam marcou presença em diversas mesas mobilizadas pelo Ministério da Pesca e Aquicultura e pela Casa Futura.  Os painéis promoveram a interseção entre gênero e meio ambiente, buscando dar visibilidade ao trabalho realizado por mulheres de diferentes contextos que atuam para adaptação e mitigação da crise climática e, no caso da iniciativa, deu visibilidade a como estratégias inovadoras podem promover alternativa de renda e melhora da qualidade de vida nos territórios. 

A iniciativa é construída em coletivo com as marisqueiras e a comunidade do Vergel do Lago, em Maceió (AL), e atua com o aproveitamento das conchas do sururu, molusco considerado Patrimônio Imaterial de Alagoas. Assim, o que antes era resíduo se transforma em matéria-prima para produtos inovadores, gerando renda aliada a conservação do meio ambiente. Ainda, une comunidade, setor privado, terceiro setor e sociedade civil em prol do desenvolvimento social, econômico e ambiental de uma região que enfrenta alto índice de vulnerabilidade socioeconômica. 

 

Eixo de atuação do IABS: Aquicultura Social e Pesca Responsável

Compartilhando a atuação com o PRS-Amazônia (cadeia do pirarucu de manejo e a criação sustentável de tambaqui) e a atuação do projeto Pescando Oportunidades 

O IABS também teve  a oportunidade de compartilhar sua extensa experiência com os projetos ligados à ostreicultura, à cadeia do pirarucu de manejo, à socioeconomia circular e à aquicultura, trazendo exemplos e lições práticas para enriquecer o debate, na Agrizone. Com diversos especialistas, foram debatidos caminhos práticos e perspectivas inovadoras para uma pesca e aquicultura mais sustentável.

Em oportunidade para falar sobre a resiliência na pesca e na aquicultura, foi destacado o papel do Pescando Oportunidades como um projeto que busca promover a recuperação social e econômica dos pescadores e aquicultores no território impactado pelo rompimento da Barragem de Mariana. O projeto atua em territórios de Minas Gerais e Espírito Santo, com atividades que apoiam a comunidade a se reinserir no mercado pesqueiro — e recuperar, de forma saudável, a cultura da pesca passada de geração em geração.

De Minas Gerais para os interiores da Amazônia, Pedro Xavier, coordenador de Cadeia e Mercado no PRS – Amazônia, também compartilhou a parceria do Projeto com as comunidades manejadoras do pirarucu no Amazonas e também a criação sustentável de tambaqui em Rondônia como parte da solução climática e renda para as comunidades. 

Para o IABS, a base de um amanhã mais justo e sustentável se apoia em três eixos interligados: reduzir desigualdades, combater as mudanças climáticas e unir forças em parcerias sólidas. E movido por essa convicção que marcamos presença na COP 30, levando nosso compromisso de gerar impacto global a partir de transformações locais, sempre com propósito. Não perca nenhum detalhe dessa jornada! Acompanhe a cobertura completa da COP 30 no LinkedIn, Instagram e Facebook.

Compartilhar:

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Fique por dentro
das novidades !

Brasília (sede)

+55 (61) 3364-6005
SHIS QL 02 Conjunto 1, Casa 19
Lago Sul – Brasília/DF
CEP: 71610-015

Maceió

+55 (82) 3313-4130
Rua Dr. Carlos Lobo, 31
Parque Jatiuca – Maceió/AL
CEP: 57035-550

Recife

+55 (81) 3877-1413
Rua José Higino, 247
Madalena, Recife/PE
CEP: 50610-340