Duas importantes conquistas marcaram o mês de julho no Projeto Corredor de Biodiversidade da Amazônia: a formalização de uma parceria inovadora para a implantação de agrofloresta no Assentamento Vila Monte Alegre (Itinga do Maranhão/MA) e a conquista dos alvarás de funcionamento e vigilância sanitária para a Farinheira Artesanal, espaço de produção da tradicional farinha do Sr. Reginaldo, um dos beneficiários do projeto.
No primeiro caso, foi assinado o Termo de Parceria de Empreendimentos que Sustentam a Agricultura (ESA), envolvendo o IABS, a Associação da Vila Monte Alegre e a empresa Fiosgood. O acordo prevê a implantação e manutenção de um sistema agroflorestal em área coletiva de um hectare, com cultivo agroecológico de cúrcuma e urucum, que serão beneficiados e transformados em cosméticos. O processo tem como objetivo fortalecer os arranjos produtivos locais, unindo a promoção de renda com a conservação ambiental.
A agrofloresta já foi implantada em mutirão comunitário com recursos do Projeto Corredor de Biodiversidade da Amazônia. A colheita dos primeiros produtos está prevista para novembro de 2025 e toda a logística de retirada será feita pela Fiosgood.
Como funciona o Empreendimentos que Sustentam a Agricultura (ESA)?
O modelo Empreendimentos que Sustentam a Agricultura (ESA) é uma proposta inovadora de negócio agrícola que busca fortalecer cadeias produtivas da sociobiodiversidade com foco na sustentabilidade e na redução de riscos. Inspirado no conceito de Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSA), o ESA estabelece uma parceria entre empreendimentos e agricultores. Nele, a empresa se relaciona diretamente com a agrofloresta desde a sua concepção, garantindo que suas necessidades de matéria-prima sejam consideradas no projeto. Em troca, ela fornece uma contribuição mensal fixa aos agroflorestores, cobrindo integralmente a renda das famílias envolvidas.
Em contrapartida, toda a produção excedente à soberania alimentar da comunidade é destinada ao empreendimento, que a transforma em produtos de alto valor agregado, como cosméticos, suplementos ou fármacos. O modelo oferece vantagens como previsibilidade, qualidade garantida da matéria-prima e inclusão social, unindo geração de renda com conservação ambiental.
Farinha artesanal para todos(as)!
Paralelamente, na cadeia produtiva da mandioca, está outro importante acontecimento: o Sr. Reginaldo — agricultor apoiado pelo projeto — obteve o Alvará de Localização e Funcionamento e o Alvará de Vigilância Sanitária para a Farinheira Artesanal. A certificação representa um salto de qualidade e abre portas para novos mercados, agregando valor ao produto e conferindo reconhecimento formal à atividade.
A conquista se soma à construção de uma nova Casa de Farinha com recursos do projeto, estruturada para atender às exigências sanitárias e ampliar a capacidade de beneficiamento da mandioca. O espaço será compartilhado entre o Sr. Reginaldo e outros produtores, sob gestão articulada com a associação ASPRAJORGE, parceira local na comercialização.
Sobre o Projeto Corredor de Biodiversidade da Amazônia
O Projeto é uma parceria entre Suzano e Sofidel, com apoio da Amazônia Onlus, e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) como parceiro implementador. A iniciativa visa gerar renda através do fortalecimento e desenvolvimento dos arranjos produtivos no entorno do Corredor de Biodiversidade da Amazônia. O Projeto tem quatro objetivos específicos:
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O fortalecimento institucional das organizações socioprodutivas beneficiárias;
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Contribuir para a soberania alimentar das famílias envolvidas;
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Fortalecer os arranjos produtivos locais, promovendo os processos de organização, beneficiamento e comercialização da produção de base comunitária;
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Fortalecer as Áreas de Proteção Permanente de suas propriedades, conectando fragmentos para o desenvolvimento de paisagens naturais produtivas.