O Projeto Rural Sustentável – Cerrado começou a realizar as entregas dos Benefícios Coletivos (BCs) às Organizações Socioprodutivas (OSPs) e aos produtores e produtoras associados(as) à cada uma delas. Disponibilizados por meio da aquisição de bens e serviços não reembolsáveis, esses benefícios são considerados investimentos que ajudam a fortalecer tanto as cadeias de valor da agricultura e pecuária de baixa emissão de carbono, quanto o papel das OSPs na produção e comercialização, gerando renda e fortalecendo as associações, sindicatos e cooperativas rurais.
Para definir quais benefícios são considerados elegíveis, o PRS – Cerrado classificou aqueles que são de uso comum e que tragam ganhos diretos e indiretos para o grupo vinculado à cada Organização Socioprodutiva. Também são considerados eletivos bens e serviços que apoiem o fortalecimento da organização e possibilitem o suporte técnico, gerencial e informacional com potencial de renda aos(às) produtores(as). Além disso, é importante que os benefícios atendam o maior número possível de beneficiários(as) e apresentem a maior eficiência no uso dos recursos financeiros disponibilizados.
Mas como chegamos até aqui?
A jornada que nos trouxe até aqui começou em 2019 com a divulgação do Projeto Rural Sustentável – Cerrado em seus quatro estados de atuação: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Com isso, as Organizações Socioprodutivas (OSPs) que tinham interesse em implementar práticas produtivas sustentáveis e da agropecuária de baixa emissão de carbono foram convidadas a se cadastrarem de forma voluntária no Projeto.
Após a seleção das OSPs parceiras, foi preciso passar pela etapa de construção dos Planos de Negócios (PNs), que visavam ampliar e fortalecer o papel e as competências da OSP, permitindo maiores condições de sustentabilidade organizacional e de promoção e apoio para o coletivo de produtores(as) rurais vinculados(as) à organização – as Unidades Multiplicadoras (UMs). Esses planos foram compostos por um Plano de Ação e um Plano de Investimento para destinação dos Benefícios Coletivos previstos.
Para a construção dos PNs foram contratadas instituições especializadas em Planos de Negócios e atuação com pequenos e médios produtores(as) organizados. Em campo, as instituições fizeram o levantamento de informações, demandas e desafios para compor o diagnóstico institucional e das atividades socioprodutivas de cada OSP e, a partir disso, foram realizadas oficinas para a construção dos PNs, que passaram por avaliação e sugestões de especialistas até chegar na versão final. Todo esse processo foi técnico-participativo, ou seja, contou com a participação de representantes das OSPs para que também pudessem expor seus próprios pontos de vista.
Por fim, foi dado início ao processo de aquisição dos Benefícios Coletivos (BCs). A partir do Plano de Investimento construído de forma técnico-participativa e validado com as OSPs e seus representantes, os recursos são disponibilizados mediante aquisições de bens e contratações de serviços e, finalmente, entregues diretamente às OSPs.
“A entrega dos Benefícios Coletivos também é emocionante para a equipe do projeto e é um marco na jornada do PRS – Cerrado, resultado da construção participativa dos Planos de Negócios para cada uma das 40 OSPs que participam do projeto. Os Benefícios Coletivos são meios de viabilizar os sonhos de trabalho e renda das OSPs e impulsionar práticas sustentáveis no Cerrado, o que demonstra o potencial transformador do PRS – Cerrado e nos faz sentir parte de algo muito maior”, destaca o Coordenador de Finanças Verdes do Projeto, Paulo Camuri.
Alguns exemplos de Benefícios Coletivos (BCs) são: construção civil para melhoria em infraestruturas de uso coletivo e com fins agroindustriais; infraestrutura de produtos; maquinários agrícolas; caminhões e veículos utilizados em atividades produtivas e de suporte objeto do projeto; infraestrutura, equipamentos de apoio e de informática, comunicação e softwares necessários à estruturação de gestão da OSP; entre outros.